quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Problema está muito além das legendas partidárias...

As recentes investigações em torno da Procempa, reforçam minha visão do atual cenário político-público brasileiro.
Nenhum partido político se vê fora dessa triste realidade, e, desta vez, a bola da vez foi o PTB.

Resta evidente que o problema está muito além das legendas partidárias, está nos homens, brasileiros que, uma vez investidos em cargos políticos, locupletam-se no poder.

É uma questão de princípios e valores há tempos perdidos por muitos.

O mais triste é saber que um elevado percentual dos que condenam os atos ímprobos e criminosos de políticos, que vemos diária e diuturnamente noticiados, tivessem igual oportunidade procederiam da mesma forma.

Precisamos de gente nova, desvinculadas dos velhos partidos, patriotas que, assim como ocorre na esfera privada, vejam grande parte da sua realização pessoal e profissional no reconhecimento e frutos do seu bom trabalho. 

Gestores que, assim como no âmbito privado, objetivem o lucro e o crescimento do país, como uma empresa, comprometidos com um bom planejamento, com visão mediata, atentos aos custos operacionais e sempre considerando a relação custo/benefício.

No cenário atual o quesito honestidade, em face da sua raridade, é o que entendo mais importante.

Ao contrário do que já vimos muitas vezes ser dito "ele é desonesto, mas faz", hoje, penso eu, mais vale um medíocre "ele pouco faz, mas é honesto e bem intencionado", pois o que se tem hoje é um: eles pouco fazem e muito furtam, desviam, fraudam, sonegam, omitem, negam e juram inocência "até a morte"...

O ideal, hoje improvável, seria conciliarmos honestidade e qualificação nos membros do nosso executivo e legislativo. Deve-se cobrar qualificação, desde que precedida pela honestidade e integridade, sob pena dela ser prejudicial, posto que mal direcionada...

Nossos políticos, em sua maioria, mostram-se muito competentes em usar do poder no qual foram investidos para se locupletarem, demonstrando muita criatividade, por vezes sendo até geniais, ao usar “da coisa pública” para si, como se justo, legal e donos fossem...
Outra coisa que me inquieta é que, mesmo diante de tantos crimes, frutos da má-fé e má versão dos recursos e contratos públicos, não se vê políticos ou funcionários públicos delatando colegas corruptos e/ou ímprobos, em notória conveniência ou conivência ao silenciar.

Não fossem os Ministérios Públicos, Federal e Estaduais, bem como a imprensa, provavelmente não teríamos grande parte desses crimes noticiados.

Os Tribunais de Contas da União e dos Estados, bem como a Polícia e Receita Federal, por outro lado, mostram-se pouco atuantes e eficientes na fiscalização, investigação e apuração das tantas irregularidades envolvendo membros do Executivo, do Legislativo, empresas e órgãos públicos.

O espírito colaborativo que deveria existir entre os órgãos fiscalizadores, vê-se suprimido pelas “vistas grossas”, de origem obscura, daqueles que aceitam “o nada sei”, mesmo diante das tantas evidências e provas facilmente “colhíveis”.

Outro fator, não menos importante, que afasta o espírito colaborativo é o “conflito de egos” existente entre os órgãos fiscalizadores, ignorando que o trabalho conjunto, com a união de esforços e inteligência, tende a ser mais eficiente.

Só iremos ver uma mudança nessa triste realidade quando os homens públicos colocarem a “coisa pública” em primeiro lugar, comprometendo-se junto aos seus eleitores, ou contribuintes no caso dos funcionários públicos, com uma prestação de serviços eficiente, com lisura e transparência nas suas ações, sempre tendentes à boa administração pública e ao crescimento sustentável do país, de forma a fornecer melhores condições de vida aos brasileiros.
Fernando Azeredo.

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